sábado, 13 de novembro de 2010

Oração pela Água

Bendito sejais, ó Deus Criador,
pela água, criatura vossa, fonte de vida para a Terra
e os seres que a povoam.
Bendito sejais, ó Pai Providente, pelos rios e mares imensos,
pela bênção das chuvas, pelas fontes refrescantes
e pelas águas secretas do seio da terra.
Bendito sejais, ó Deus Salvador, pela água feito vinho em Caná,
pela bacia do lava-pés e pela fonte regeneradora do Batismo.
Perdoai-nos, Senhor Misericordioso, pela contaminação das águas,
pelo desperdício e pelo egoísmo
que privam os irmãos desse bem tão necessário à vida.
Dai-nos, ó Espírito de Deus, um coração fraterno e solidário,
para usarmos a água com sabedoria e prudência
e para não deixar que ela falte a nenhuma de vossas criaturas.
Ó Cristo, Vós que também tivestes sede,
ensinai-nos a dar de beber a quem tem sede.
E concedei-nos com fartura a água viva
que brota de Vosso coração e jorra para a vida eterna.
AMÉM.
Música:
O Rio
Chitãozinho & Xororó
O rio vai descendo a serra
Vai molhando a terra
Seca do sertão
Vai formando uma corrente
Feito uma serpente
Solta pelo chão
E a água do seu leito
É leite do peito da mãe plantação
Que vai eliminar a fome
E matar a sede de toda a nação
O rio vai criando filhos
Vai regando o milho, arroz e feijão
Vai seguindo seu caminho
Segue seu destino, sua direção
Depois que vem a colheita
O rio sempre aceita dos canaviais
O bagaço do alimento e a sobra de tudo
Que ninguém quer mais
Rio que não tem carinho
Qualquer dia desses vão te dar valor
Nasce limpo e morre sujo
Envenenam tudo, até o próprio amor
Será que eles não percebem
Que a natureza pede pra viver
Enquanto vai morrendo o rio
Nada em sua volta poderá nascer.

Texto:
TINHA UMA LATA NO MEIO DO CAMINHO
Uma lata de cerveja vazia virou bola. Fui chutando. Ora do lado esquerdo, ora do lado direito da rua. Cansei. Dei um chutão: tibum. Caiu dento do igarapé. o pontilhão estava torto e quebrado. Fiquei olhando lá embaixo. Um fiozinho de água corria entre um montão de lixo. Não vi nenhum peixinho. Só vi a luta da pequena água querendo romper passagem. Batia em um saco plástico, em latas grandes e pequenas e outras coisas, sei lá o que era, só sei que era muita coisa.
A água estava doente, amarela, sem força e muito triste.
Um homem que passava por ali de bicicleta perguntou:
_ Menino, está querendo tomar banho no rio "Bostinha"
Não liguei. Olhei mais uma vez para a água e vi um peixinho. Estava paradinho: as vezes queria nadar, tentava subir, tentava descer. Tive dó. Queria salvá-lo.
Uma mulher que vinha em minha direção empurrando um carrinho de mão cheio de lixo, subiu no pontilhão, com cuidado e despejou tudo aquilo dentro do rio. O pior, em cima do peixinho. Eu quis gritar, mas a voz não saiu. A mulher se afastou cantarolando feliz da vida.
Cheguei atrasado na escola. A professora foi logo dizendo:
_ Atrasado, heim garotinho!
Sentei-me e ela continuou a aula:
_ Nosso assunto de hoje é sobre a preservação do meio ambiente. E ela falava, falava... Sobre os rios, o solo, as queimadas, o desmatamento, etc. Arrisquei uma pergunta, quer dizer, quase:
_ Professora, a senhora conhece o rio "Bos...
_ O que menino
_ Nada não, professora.
_ Então não atrapalha a aula.
alguns alunos riram.